A reinauguração do jardim

“Então, ao virar-se para sair, (Maria Madalena) viu alguém em pé. Era Jesus, mas ela não o reconheceu. ‘Mulher, por que está chorando?’, perguntou ele, “A quem você procura?”. Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: ‘Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu irei buscá-lo”. João 20.14 e 15

  Esse texto de João narra o encontro, num jardim, entre o jardineiro e Maria Madalena, de quem Jesus havia expulsado sete demônios e que financiava o ministério de Jesus, e Gênesis também conta a história de um encontro entre Deus e dois jardineiros: Adão e Eva.

  Gênesis nos conta que aqueles dois jardineiros falharam na missão de cuidar do jardim, rebelaram-se contra o Criador do jardim. A rebelião começou com Eva, a mulher, alcançou Adão e toda a natureza criada foi arrastada prisioneira para dentro de uma nova realidade: a morte. Adão e Eva foram expulsos do jardim, e o resto é história.

  Agora eu convido você a unir comigo as histórias dos dois jardins: o de Gênesis ao de João.

  No Gênesis o jardim é o Éden, em João o jardim é onde ficava o túmulo que José de Arimatéia havia comprado para si (Mateus 27) e no qual Jesus fora sepultado.

  Em ambos os jardins temos a presença de uma mulher: em Gênesis estava Eva, em João estava Maria Madalena.

  Deus também está presente nos dois jardins: no de Gênesis e no de João, na pessoa de Jesus.

  A morte também ronda os dois jardins e as semelhanças acabam por aqui.

  Agora feche os olhos e imagine o jardim do Éden sendo reinaugurado: novo paisagismo, novos protagonistas, uma nova história surgindo.

  No jardim do Éden a morte saiu vencedora da batalha. Agora, ao ressuscitar, Jesus derrota a morte definitivamente, e nesse jardim reinaugurado, o túmulo está vazio, a morte se foi, só encontramos a vida.

  No jardim do Éden havia a presença de Deus por intermédio de uma voz que ecoava em busca do ser humano. Já no jardim reinaugurado de João, Deus está presente em carne e osso, ressuscitado, e vem ao encontro de Maria Madalena.

  Os jardineiros do Éden são humanos que se rebelaram e morreram. Mas nesse novo jardim, o jardineiro é um ser humano que nunca falhou, sempre foi obediente ao Pai e voltou da morte para a vida.

  Em ambos os jardins ouvimos um lamento, um choro … e quem pode garantir que Adão e Eva não choraram de amargura ao serem expulsos do jardim? No jardim do túmulo vazio, onde a morte deixou de existir, ouvimos um outro tipo de choro, um choro de saudade, o lamento de uma pessoa sedenta de Deus. “A quem você procura?” e “… eu irei buscá-lo”: quanta diferença entre a mulher Eva e a mulher Maria Madalena! Enquanto a primeira buscava a independência total do Criador, a segunda chorava de saudade do Messias.

  E o jardim do Éden, local que ficou proibido para passeios por toda a eternidade, deu lugar a um novo jardim que até os dias de hoje é visitado por devotos e curiosos. Antes, um local proibido, símbolo da grande derrota da humanidade. Agora, um jardim sagrado, memória do maior milagre do universo: a ressurreição de Jesus Cristo.

  A reinauguração do jardim só foi possível porque por causa de Jesus, que é o jardineiro por excelência, o modelo segundo o qual todos os outros jardineiros (você e eu incluídos) podem se espelhar. É a obra redentora desse jardineiro fiel que nos permite voltar a cultivar e a cuidar do jardim que recebemos: nossas vidas, nossa família, as relações humanas, a natureza, o planeta em que vivemos.

  E como está o jardim do seu coração? Está mais para Éden, precisando de uma reinauguração,ou já experimenta a vida do jardim da ressureição?

  Deus tem passeado por ele procurando por você? Ou você tem sentido saudades e tem procurado por ele?

  Vocês tem se encontrado para conversar, ou não tem sobrado tempo?

  Quando foi a última vez que você parou para arrancar fora o mato do pecado que insiste em crescer, para podar os galhos do seu ego e adubar a terra do seu coração para que as sementes da Palavra de Deus cresçam e frutifiquem dentro de você?

Marcel Mendes Filho

Respostas de 3

  1. Artigo super interessante. Devemos visitar esse jardim a cada dia e retirar “as ervas daninhas” para que não cresçam.
    Gostei

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